segunda-feira, maio 25, 2015

O Integralismo Brasileiro de Plínio Salgado

Aurélio Rezende

O Integralismo Brasileiro de Plínio Salgado - o mais Moderno e Completo Movimento Político Mundial. Democracia Orgânica, da Nação Integral Viva e Legitimamente Representada. Estado Sempre Atualizado. Plínio Salgado sugere um Estado Revolucionário de Verdade, que será a Ordenação Jurídica da Nação Harmoniosamente Organizada, Cristã, Consciente e Atuante. Realidade Participante e Responsável; justamente ao contrário de um Estado Evolucionário e de um Estado Reacionário, aburguesados, parciais, injustos e inertes.

"Por um Brasil genuíno sempre esclarecido e unificado, realista, em ordem compreendida e aceita livremente (nunca imposta) - os problemas básicos nacionais, competente e realisticamente analisados, deverão ser solucionados integralmente numa correlação fenomênica. Os Técnicos e os Políticos têm o grave dever de se entenderem para o estudo e a solução conjunta e harmoniosa (global) desses problemas nacionais, com a participação livre e responsável dos legítimos e conscientizados representantes dos diferentes grupos profissionais e culturais da Nação"... Mais ou menos assim nos dizia o filósofo Plínio Salgado.

O portentoso  Plínio Salgado foi, na minha opinião, o Maior Filósofo Finalista deste Século XX. Tendo ele estudado inteligentemente todas as filosofias dos séculos anteriores, particularmente as do Século XIX, analisando-as criteriosamente, como filósofo genuíno apresentou bela síntese das verdades filosóficas finalistas. Convencer-se-á disso quem ler seus escritos citados a seguir: "Quarta Humanidade" (contendo conferências proferidas à universidade de S. Paulo, Pernambuco e outros) - 1931; "Manifesto de Outubro" - 1932; "Psicologia da Revolução", para intelectuais, 1933; "Carta de Natal" - 1935; " Conceito Cristão de Democracia" - 1945; "Compêndio de Instrução Moral e Cívica", já com 5 edições brasileiras. "O Estrangeiro", inspirado na realidade sócio-econômica paulista de 1924 e publicado em 1926.

O Integralismo Brasileiro difere, para melhor, de todas as Organizações Políticas deste Século e dos anteriores. É Doutrina Temporal para homens livres, espiritualistas, conscientes e responsáveis. É esclarecedor, conciliador, dinâmico, grupalista, e demonstra que o cidadão, para seu próprio bem e de seu grupo natural, tem deveres a cumprir para com Deus e a Pátria. É Realista porque acredita, prega e vive o Ideal da Verdade. Ação consciente, positiva e integrada, executada com firmeza, paciência, amor e responsabilidade. Afirma a Existência da Matéria e do Espírito, com o primado deste último. É, na pior das Hipóteses, a melhor solução provisória para os nossos tempos. 

Plínio Salgado foi um dos Pioneiros do Municipalismo no Brasil, atuando abertamente desde 1913. Nunca foi fascista, nem nazista, nem comunista. Foi um filósofo à influenciar, nunca influenciado senão pelos Evangelhos Cristãos. Seu Integralismo é diferente dos integralismo português e francês. Plínio Salgado também nunca foi liberalista, mas sempre democrata. Era um GRUPALISTA, nunca um SOCIALISTA. Foi ele sempre vigorosamente contrário ao "Espírito da Burguesia", porque este espírito é contrário a Lei de Deus e os Ensinamentos de Cristo. A Família Cristã Brasileira, nos Municípios Brasileiros, era sempre citada por ele mesmo como um grupo natural básico, modelo para a organização incipiente do Estado Legítimo, Moralmente Forte, Livre, Atuante, Humano e Responsável. É, a Família, o grupo natural básico do qual surgiram outros grupos mais complexos: das categorias profissionais e culturais. Todos responsáveis e atuantes dentro de suas atribuições...

Sempre dentro da harmonia do corpo social, com a técnica e a paz de Cristo; nunca com o emprego da violência ou técnica de Sorel. O Homem tem o Poder Relativo de criar condições favoráveis e coisas úteis no mundo e o dever de fazê-lo para o bem de todos. O homem dentro de sua família, em sua Comunidade Territorial (Município), dentro de sua Classe, estará sempre naturalmente mais protegido e assistido e é um natural participante, ativo ou passivo, da comunidade; e mais conscientizado sobre seus deveres. O Homem deve caminhar e agir sempre, utilmente, em favor do bem. Na vida terrestre, muitas vezes tem que remar contra a correnteza. Outras vezes, recomeçar tudo. Não deve se instalar, nem se isolar, na vida que é sempre dura realidade dinãmica e prestação de serviços mútuos.

Os utopistas e os comunistas, pregadores do paraíso terrestre, não terão possibilidade, nunca, de verem ou realizarem esse Paraíso... apesar de suas intenções, pregações e de seus permanentes e dedicadíssimos esforços. A Verdade, que é Deus, que é Cristo, não deve trazer dissensões àqueles pregadores de religiões cristãs, sim uni-los, confraternizá-los. Ninguém é dono da Verdade. A filosofia verdadeira, advinda da Verdade, não é para dividir os filhos de Deus. O que divide é o orgulho dos presunçosos, dos "suficientes", querendo impor seus pontos de vista individuais. É a falta do amor verdadeiro, da Caridade Cristã.

"O Homem pode interferir na Marcha Social, e, as vezes, deve interferir, bem como o Estado Legítimo". "Deus é a Causa, a Razão e a Finalidade do Homem pensamento central de que se origina a Organização do Estado, das classes, das famílias, das Comunas Geográficas"(1). "Tudo nos indica que se desaguarão em nós (2), e aqui desaparecerão, todos os ódios de raças ou de religiões, de classes ou de nacionalidades, e um tipo de humanidade melhor poderá surgir da terra nova". (De Quarta Humanidade e Psicologia da Revolução, de Plínio Salgado).

Plínio Salgado aponta as contradições de Marx e, no meu entender, é mais completo que Bergson.

Notas:
1) Deus criou o Mundo com todas as suas coisas. O Homem, a sua imagem e semelhança. O Homem tem o poder relativo de criar, dá testemunho de Deus e deve administrar tudo segundo a Lei de Deus. Ele (o Homem) não é de modo absoluto dono, sim administrador.
2) Referindo ao Brasil e a América do Sul.

OUTUBRO DE 1978

APÊNDICE

Esclarecimento necessário:
O Homem não é dono absoluto de nada, não é proprietário de maneira absoluta; sim, de maneira relativa e condicional, e deve ser sempre um bom administrador, mesmo do que é legalmente seu.

Mesmo sendo proprietário legítimo - e a propriedade, o trabalho e o dinheiro lhe são necessários à vida pessoal e familiar - o é apenas relativa e condicionalmente, uma vez que Deus é o Dono Absoluto. E a Lei de Deus e os ensinamentos de Cristo são claros e impõem deveres a todos os homens.

Sendo assim, entendo: Tem o Homem que ser em tudo e sobre tudo um bom administrador de seus próprios bens e de todas as coisas, particulares ou públicas. Seus direitos são para que possa cumprir esses seus deveres.

Outubro de 1978 - Aos 46 anos do Manifesto de Outubro de Plínio Salgado.


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