Gustavo
Barroso
A tática dos comunistas marxistas foi
sempre estabelecer confusão entre as palavras - capitalismo, propriedade, burguesia, riqueza, capitalista, de
significação diversa da que lhe emprestam, com o único fim de lançar as classes
da Nação umas contra as outras e mais facilmente a destruir.
O Integralismo precisa dar a essas
palavras seu verdadeiro significado e o
Integralista deve sabe-lo.
Capitalismo
não é a propriedade. Capitalismo é o regime em que o uso da propriedade se tornou abuso, porque cada indivíduo pode, se
tiver dinheiro, especular no sentido de fraudar e oprimir os outros. Capitalismo é o regime em que o uso da propriedade se tornou desordenado, porque cada indivíduo pode
agir à vontade e produzir sem se
preocupar com as necessidades da
coletividade, causando o desemprego, as falências, os salários ínfimos e a
carestia da vida. Capitalismo é o
regime em que um indivíduo ou um grupo de indivíduos pode açambarcar as
propriedades por meio de trustes, cartéis ou monopólios. O Capitalismo, portanto, em última análise é um destruidor da propriedade.
A propriedade
não deve e não pode ser suprimida.
Deve e pode ser disciplinada. A propriedade é a projeção do homem no
espaço, a garantia de sua velhice e a estabilidade de sua família. A propriedade é legítima quando provém do trabalho honesto e quando empregada no
sentido do interesse nacional. Deve
ser dada a todos quantos a mereçam sem
distinção de classes. A propriedade
obtida desonestamente não deve ser
mantida. A propriedade empregada em
sentido contrário ao interesse nacional deve ser posta nos seus verdadeiros
termos. Por isso, o Integralismo só admite o
direito de propriedade condicionado pelos deveres do proprietário.
Capitalista
não é todo indivíduo que possui dinheiro. Há capitalistas produtores e benéficos como há capitalistas aproveitadores, especuladores, ociosos e indolentes.
Há capitalistas chefes de empresa que
trabalham mais do que qualquer dos seus operários. A palavra capitalista não tem o significado
limitado e pejorativo que lhe emprestam de caso pensado os comunistas.
Burguesia não
é uma classe, é um estado de espírito. Burguês é todo
indivíduo que só pensa em si, que vive somente para si. Se for dono duma
fábrica, não hesitará em atirar à miséria todos os seus operários para não
diminuir um vintém de seus lucros. Só será pela união e pela paz social dos
Brasileiros, se isso lhe der lucro. Só compreende a solidariedade nacional em
seu proveito. Só pensa na miséria de seus compatriotas para fazer dela um
degrau para subir. É um indivíduo nocivo.
O espírito
burguês limita os horizontes aos interesses pessoais. Há grande número de
operários, de sindicalistas e de agitadores comunistas que têm espírito burguês, como há muita gente da
chamada burguesia que o não possui.
O que se deve combater não é a denominada classe burguesa, porém a casta que quer sozinha governar o país. O Integralismo é contra a luta de classes
e, portanto, contra o domínio duma casta.
O governo deve ser exercido por uma elite
recrutada em todas as classes e
formada pelo estudo, pela luta, pelo
trabalho e pelo sacrifício. NUNCA PELO DINHEIRO!
A supremacia do dinheiro é ilegítima. A supremacia dos valores intelectuais e
morais é legítima.
O Integralismo quer e organizará um governo legítimo.
BARROSO, Gustavo. O
que o Integralista deve saber. 1. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1935; transcrito integralmente das páginas 135, 136 e 137.
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