terça-feira, março 25, 2014

A Questão da Singularidade Integralista

O Integralismo é o Curupira mais a Energia Atômica.

Ubiratan Pimentel*

O Integralismo, como Filosofia, parte da teoria da integralização dos três fatores que fundamentam a existência da sociedade política: o espiritual, o material e o político. Decorrendo, então, o desenvolver de todo um pensamento político-doutrinário, que em hipótese alguma deve ser entendida como sendo uma ideia que absorve elementos de outras ideias, formando um amálgama eclético. A Doutrina Integralista não deve ser confundida com uma ideia eclética de outras de filosofias.

A estrutura embasadora do Integralismo, a sua produção intelectual, posiciona-se não em cima de uma pluralidade de conceitos ou postulados no que teoricamente eles teriam de melhor, mas do critério absoluto da Singularidade Integralista da Realidade Humana, consubstanciada inicialmente nos três fatores que compõem o universo político humano: o espiritual, o material e o político, respectivamente: Deus, Pátria e Família. Sendo estes três fatores, esta ordem ternária, o nascedouro e o fulcro por onde se guia e se expande única e exclusivamente a doutrina da integralização do ser humano.

Segundo o vocabulário do volume décimo das Obras (in)Completas de Plínio Salgado, o verbete “Ecletismo” nos diz o seguinte: “Tendência filosófica resultante, em geral, do conflito de culturas e do embate das ideias, o que leva a escolher em cada sistema o que parece mais consentâneo com a verdade; doutrina que se caracteriza pelas infiltrações de outros sistemas e pela falta de originalidade e coesão”.

É um grande e lamentável erro, confundir o pensamento integralista com o pensamento eclético. E isso é de fundamental importância, esta diferenciação, para evitarmos cair em desvios doutrinários que podem colocar em xeque o nosso conceito de revolução.

É bom que se saiba que o Integralismo tem a sua Concepção de Mundo, e que esta concepção abrange uma distância que têm início com o Curupira e chega à Energia Atômica e mais além. Portanto a nossa Revolução não é simplesmente a saída de um ponto, para depois de descrever um círculo voltar aquele mesmo ponto. Trata-se na verdade de uma Revolução Helicoidal, onde a cada volta avança-se uma unidade-distância.

Dizer que a Doutrina Integralista é um movimento integral ou que somos “integrais” porque absorvemos elementos de outras ideias é confundir o pensamento integralista com um puro e simples pensamento eclético e pluralista, e que, portanto, não possui definição verdadeiramente objetiva, vagando ao sabor de conceitos sem fundamento.

Publicado originalmente em “O Integralista”, Ano 1, Nº 2, Junho e Julho de 1989; página 4.


* ∑. Historiador.  Maricá – RJ.

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