O Integralismo é o
Curupira mais a Energia Atômica.
Ubiratan Pimentel*
O Integralismo, como Filosofia, parte
da teoria da integralização dos três fatores que fundamentam a existência da
sociedade política: o espiritual, o material e o político. Decorrendo, então, o
desenvolver de todo um pensamento político-doutrinário, que em hipótese alguma
deve ser entendida como sendo uma ideia que absorve elementos de outras ideias,
formando um amálgama eclético. A Doutrina Integralista não deve ser confundida
com uma ideia eclética de outras de filosofias.
A estrutura embasadora do
Integralismo, a sua produção intelectual, posiciona-se não em cima de uma
pluralidade de conceitos ou postulados no que teoricamente eles teriam de
melhor, mas do critério absoluto da Singularidade Integralista da Realidade
Humana, consubstanciada inicialmente nos três fatores que compõem o universo
político humano: o espiritual, o material e o político, respectivamente: Deus,
Pátria e Família. Sendo estes três fatores, esta ordem ternária, o nascedouro e
o fulcro por onde se guia e se expande única e exclusivamente a doutrina da
integralização do ser humano.
Segundo o vocabulário do volume
décimo das Obras (in)Completas de Plínio Salgado, o verbete “Ecletismo” nos diz
o seguinte: “Tendência filosófica resultante, em geral, do conflito de culturas
e do embate das ideias, o que leva a escolher em cada sistema o que parece mais
consentâneo com a verdade; doutrina que se caracteriza pelas infiltrações de
outros sistemas e pela falta de originalidade e coesão”.
É um grande e lamentável erro,
confundir o pensamento integralista com o pensamento eclético. E isso é de
fundamental importância, esta diferenciação, para evitarmos cair em desvios
doutrinários que podem colocar em xeque o nosso conceito de revolução.
É bom que se saiba que o Integralismo
tem a sua Concepção de Mundo, e que esta concepção abrange uma distância que
têm início com o Curupira e chega à Energia Atômica e mais além. Portanto a nossa Revolução não é
simplesmente a saída de um ponto, para depois de descrever um círculo voltar
aquele mesmo ponto. Trata-se na verdade de uma Revolução Helicoidal, onde a cada volta avança-se uma
unidade-distância.
Dizer que a Doutrina Integralista é
um movimento integral ou que somos “integrais” porque absorvemos elementos de
outras ideias é confundir o pensamento integralista com um puro e simples
pensamento eclético e pluralista, e que, portanto, não possui definição
verdadeiramente objetiva, vagando ao sabor de conceitos sem fundamento.
Publicado
originalmente em “O Integralista”, Ano 1, Nº 2, Junho e Julho de 1989; página
4.
* ∑.
Historiador. Maricá – RJ.
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