quinta-feira, julho 26, 2012

Reflexões sobre o desânimo de alguns.

Eduardo Ferraz*

O Companheiro que acredita poder mobilizar a população semana que vem, que deseja ver nas pessoas o reconhecimento de sua atitude, que espera as glórias da Vitória no curto prazo, já começou errado.

O desânimo e a constatação de que o trabalho mobiliza poucos são naturais - há muitas forças que agem contra o Idealista, contra o conhecedor da Verdade e defensor das causas justas. Quem não compreendeu que nosso trabalho é um trabalho de resistência - e que antes de qualquer reconhecimento virão inúmeras provações, não compreendeu a magnitude da batalha que assumimos empreender pelo nosso Ideal.

A decepção e a amargura cotidiana nas relações com amigos e familiares são momentos perigosos na vida de um Integralista dedicado, pois, este não deve ser forte apenas para ver a ausência de seguidores, mas, também para ver a deserção de velhos Companheiros. Os que desertam hoje terão no futuro o remorso por não terem sido persistentes e valentes quanto poderiam, quando foram chamados ao trabalho. Quando mais velhos, finalmente compreenderão que VENCER não é uma festa com muitos cerimoniais e aplausos, mas, é ter uma Ideia superior a uma derrota.

A persistência é a atitude do apóstolo. O bom doutrinador persistirá em vencer a amargura e em convencer a si mesmo que está ao lado da Verdade, mesmo que sozinho, já é motivo suficiente para continuar na luta.

O drama de portar Ideias novas, que poucos compreendem, é ter que defender-se continuamente das armadilhas que as ideias falsas promovem. Tudo conspira contra aqueles que trazem Ideias novas e sentimentos nobres. Todos os medíocres se unem para atacar aquele que, trazendo a Revolução, desacomodará os acomodados.

A concepção egocêntrica das coisas, de que tudo deve caminhar a seu favor, não é própria de quem defende as causas nobres. Não sei de que modo alguém consegue mensurar um prazo para o resultado do nosso trabalho. A compreensão de que a vitória moral é nossa deve subordinar as conquistas materiais e não o contrário. Pode ser que sacrifiquemos toda nossa vida na causa e em dez ou quinze anos tenhamos um resultado prático sensacional, mas, pode ser que NUNCA vejamos esse resultado. Pode ser que o fruto do nosso trabalho só seja conhecido pelas futuras gerações. E isso já terá valido muito a pena.

Venda a alma ao diabo, alie-se ao sistema financeiro internacional e você terá uma legião de puxa sacos. Conquistará facilmente todos os seus objetivos materiais, pois, estes estarão subordinados a interesses ocultos. A nossa luta é difícil exatamente porque NUNCA IREMOS NOS ALIAR AO DEMÔNIO PARA CONQUISTAR AS COISAS.

A tendência é nos esforçarmos mais conforme nosso projeto crescer e criar raízes mais sólidas. Estou há sete anos na FIB (o que é muito pouco), já pensei em desistir muitas vezes. Já perdi muita coisa por conta do Integralismo, mas, prevaleceu a convicção na Ideia e a certeza de Vitória. Quando vejo alguns Companheiros com seis meses de trabalho desanimando, minha obrigação é mostrar o quanto são absurdos os motivos para o desânimo.

Vejo no diálogo a possibilidade de resgate dos companheiros que entram nessa "espiral da desilusão" - que quase sempre é motivada por problemas pessoais. Há probabilidade de, por meio do diálogo, a pessoa perceber a confusão.

Chamaremos muitos, atenderão poucos; e cada vez mais a sociedade afunda, estes poucos terão muito mais fraquezas. Todavia, é inadmissível esperar muito em troca de uma vida dedicada ao Integralismo. O reconhecimento se vier um dia, é bônus.

Ninguém permanece no Integralismo contra a própria vontade, porém, para o que conhece a Verdade, não há lugar fora do Integralismo.

Anauê!

*∑ - São Paulo (SP). Secretário Nacional de Expansão e Organização da Frente Integralista Brasileira – FIB.

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